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Cad. Saúde Pública (Online) ; 33(supl.3): e00080516, 2017. graf
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-889809

ABSTRACT

Resumo: O estudo objetivou compreender os conhecimentos, atitudes e práticas de agricultoras que trabalham no processo de produção do tabaco sobre os impactos sociais, ambientais e à saúde, decorrentes desta atividade econômica. Nesta pesquisa qualitativa, a técnica de grupos focais foi empregada e os temas foram explorados até a saturação. O estudo foi realizado em um município da Região Sul do Brasil, em 2013, e contou com 64 agricultoras. As discussões mostraram que as participantes conhecem os agravos à saúde associados às cargas de trabalho presentes no processo de produção do fumo, como: doença da folha verde do tabaco, intoxicação por agrotóxicos, distúrbios osteoarticulares, entre outros. Igualmente, evidenciou a preocupação com os impactos negativos da fumicultura sobre o ambiente. Contudo, demonstraram apreensão frente à tomada de decisões a favor da mudança para outra alternativa de produção sustentável, enfatizando que sem apoio continuado e sistemático do poder público não há garantias para o enfrentamento da situação. Sob esse aspecto, elencaram um conjunto de fatores que contribuem para a permanência na fumicultura, como: pequenas áreas para cultivo, falta de garantia de mercado para o escoamento de produção, endividamento com as indústrias fumageiras. A pesquisa mostrou que uma abordagem integradora é necessária para enfrentar os problemas dos produtores de tabaco, considerando-se um equilíbrio entre as crenças dos agricultores e decisões políticas. Essa abordagem, em consonância com as recomendações da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco da OMS , pode resultar no fortalecimento de políticas e ações para promover a saúde e o desenvolvimento sustentável local.


Resumen: El objetivo del estudio fue comprender los conocimientos, actitudes y prácticas de agricultoras, que trabajan en el proceso de producción del tabaco, así como sus impactos sociales, ambientales y a la salud, derivados de esta actividad económica. En esta investigación cualitativa, se empleó la técnica de grupos focales y los temas se exploraron a fondo. El estudio se realizó en un municipio de la región sur de Brasil, en 2013, y contó con 64 agricultoras. Las discusiones mostraron que las participantes conocen los problemas de salud asociados a las cargas de trabajo presentes en el proceso de producción del tabaco, como: la enfermedad del tabaco verde, la intoxicación por pesticidas, enfermedades osteoarticulares, entre otras. Igualmente, se evidenció la preocupación por los impactos negativos del cultivo del tabaco sobre el medioambiente. No obstante, demostraron aprehensión frente a la toma de decisiones a favor del cambio hacia otra alternativa de producción sostenible, enfatizando que sin el apoyo continuado y sistemático del poder público no existen garantías para hacer frente a esta situación. Desde esta perspectiva, expresaron un conjunto de factores que contribuyen a su continuidad en el cultivo del tabaco, como: pequeñas áreas para el cultivo, falta de garantía del mercado para la salida de la producción, endeudamiento con las industrias del tabaco. La investigación mostró que es necesario un enfoque integrador para enfrentar los problemas de los productores del tabaco, considerándose un equilibrio entre las creencias de los agricultores y las decisiones políticas. Este enfoque, en consonancia con las recomendaciones del Convenio Marco para el Control del Tabaco de la OMS , puede resultar en el fortalecimiento de políticas y acciones para promover la salud y el desarrollo sostenible local.


Abstract: The study aimed to explore the knowledge, attitudes, and practices of women farmers working in tobacco production concerning the social, environmental, and health impacts of this economic activity. Focus groups were used in this qualitative study, and themes were explored until reaching saturation. The study was conducted in a municipality (county) in southern Brazil in 2013 and included 64 women farmers. The discussions revealed participants' familiarity with health problems associated with workloads in tobacco production: green tobacco sickness, pesticide poisoning, musculoskeletal disorders, and others. The discussions also revealed a concern with the negative impacts of tobacco agriculture on the environment. They also revealed apprehension concerning decisions on switching to alternatives for sustainable agricultural production, emphasizing that on-going and systematic government support would be necessary for such a transition. Women farmers identified various factors that contribute to the persistence of tobacco farming: small holdings for cultivation, lack of guarantees for marketing crops, and indebtedness to tobacco companies. The study showed that an integrated approach is needed to deal with tobacco farmers' problems, considering a balance between farmers' beliefs and government decisions. This approach, in keeping with the recommendations of the WHO Framework Convention on Tobacco Control, may help strengthen policies and measures to promote health and sustainable local development.


Subject(s)
Humans , Female , Adult , Aged , Young Adult , Nicotiana/growth & development , Health Knowledge, Attitudes, Practice , Occupational Exposure/adverse effects , Agricultural Workers' Diseases/etiology , Farmers , Rural Population , Socioeconomic Factors , Brazil , Rural Health , Surveys and Questionnaires , Risk Factors , Workplace , Focus Groups , Agriculture , Middle Aged
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